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Rotação de culturas, o que você precisa saber

in Artigos, Duquima

Você conhece as vantagens da rotação de culturas? Compreenda como funciona esse modelo de cultivo que vem sendo adotado por produtores rurais para o aumento de produtividade e melhor aproveitamento do solo.

Neste artigo, abordaremos os problemas trazido pela adoção do modelo de monocultura, explicaremos como a rotação de culturas pode ser uma alternativa para manter a qualidade do solo e quais os outros benefícios obtidos por esse sistema.

Mostraremos como adotar essa prática, qual a importância de envolver técnicos capacitados no planejamento e quais as culturas mais utilizadas nas plantações brasileiras.

Continue lendo para saber mais.

Perda de qualidade do solo em monoculturas

Perda de qualidade do solo em monoculturas

Geralmente, em extensas propriedades rurais, o cultivo é feito por monocultura, ou seja, é cultivada apenas uma espécie vegetal.

Esse modelo é caracterizado por uma produção em menor tempo, facilidade no uso de herbicidas e uma produção expressiva para quem quer exportar.

O problema é que a monocultura causa diversos impactos ambientais.

Para ficar mais fácil entender os efeitos da rotação de culturas e por que escolher fazê-las, antes é preciso compreender o que a monocultura, ou mesmo sistemas de sucessão de culturas de trigo e soja ou milho após a soja podem causar ao solo.

Nesses sistemas, o solo vai perdendo sua qualidade através de degradação química, física e/ou biológica, de modo que a produtividade diminui.

Além disso, monoculturas apresentam condições favoráveis para o aparecimento de pragas, doenças e ervas daninhas, causam muito mais perda por erosão e desequilíbrio ambiental.

Sem um inimigo natural para combater as pragas que acometem a cultura escolhida, é necessário uma despesa ainda maior com defensivos.

Por isso, para a Embrapa, onde há predomínio da monocultura da soja é necessário utilizar outras espécies no sistema agrícola que, cultivadas em rotação com a soja, têm a função de trazer benefícios ao sistema produtivo.

O modelo também funciona para diversas outras culturas, como veremos mais adiante.

A rotação de culturas como alternativa

A rotação de culturas como alternativa

A rotação de culturas consiste em alternar no tempo o cultivo de espécies vegetais em uma determinada área, preferencialmente utilizando culturas com sistemas radiculares diferentes, onde cada espécie vai deixar resíduos positivos para o solo e para a cultura vindoura.

Assim, a alternância acontece na mesma área e na mesma estação do ano, utilizando espécies com propósito tanto comercial quando de recuperação do solo, evitando o desenvolvimento de pragas e doenças a partir da alternância de espécies de plantas hospedeiras.

Nos casos onde a soja predomina, por exemplo, ela é a maior geradora de renda. Em um pensamento de longo prazo, entretanto, monocultura de soja vai causando desgastes no solo, que acaba produzindo menos.

Por isso, mesmo onde há o cultivo de soja, é interessante — em sentido até mesmo sustentável — utilizar outras espécies ao longo do tempo, nutrindo o solo e aumentando a produção em médio e longo prazos.

O uso de plantas comerciais é uma boa forma, portanto, de manter o solo produtivo, conservado e ainda ganhar dinheiro. Com rotação de culturas é possível chegar a melhores resultados.

Otimizando o plantio

Otimizando o plantio

O produtor que deseja sair de uma média baixa de produtividade pode utilizar uma rotação de culturas intensificada, com diversas culturas no sistema, obtendo mais estabilidade na produção, equilíbrio maior em relação a pragas e doenças.

Com isso, é possível trazer inimigos naturais e diminuir a possibilidade de pragas comuns na monocultura. 

O manejo do solo é essencial para o aumento da produtividade. E o caminho mais eficaz para promover maior sustentabilidade e menos perdas é através da análise do solo.

A maior parte dos produtores faz análise química do solo, porém ignora a análise física e biológica, o que gera deficiências que causam diminuição na produção.

O produtor precisa ter em mente que o solo é a base do sistema de produção e precisa ser muito bem cuidado e muito bem planejado, o que precisa ser feito por pessoas especializadas.

Não adianta investir nas melhores sementes de qualquer cultura sem um solo em boas condições. A diversificação de cultivos promove a melhoria do solo, aumento na produtividade e redução de custos.

Com a rotação de culturas, é possível ganhar no inverno e no verão. Essas espécies têm o seu desenvolvimento dependente das condições do solo, do clima e de época de cultivo.

Tudo isso depende de estudar as condições ambientais de cada região. O uso de plantas de cobertura aumenta o carbono nos solos e diminui a perda por lixiviação de nutrientes solúveis, na forma de nitrato.

Essas culturas reduzem o impacto da chuva e as alterações na temperatura do solo, conservando a umidade, o que permite controlar ervas daninhas.

Benefícios da rotação de culturas

Benefícios da rotação de culturas

Como ficou claro até aqui, as vantagens da rotação de culturas são muitas. Listamos algumas delas:

  • Conservação do solo;
  • Proteção contra erosão;
  • Melhora e manutenção da fertilidade;
  • Melhor aproveitamento de maquinário;
  • Melhor aproveitamento da mão-de-obra;
  • Diversificação do plantio;
  • Aumento de renda;
  • Permite o sistema de plantio direto;
  • Aumento e estabilização da produtividade
  • Mais eficiência econômica e agronômica.

E como adotar essa prática?

E como adotar essa prática?

Para adotar a rotação de culturas e obter máxima eficiência do solo, deve-se considerar:

– Utilizar preferencialmente plantas comerciais;

– Escolher culturas com sistemas radiculares diferentes, como no caso da alternância entre leguminosas e gramíneas;

– Associar com espécies de rápido desenvolvimento e alta produção de biomassa, cultivadas isoladamente ou com culturas comerciais.

No Brasil, a opção mais viável é a de plantas de cobertura e adubo verde. Algumas das opções são: aveia-branca, aveia-preta, milheto, tremoço, girassol e várias espécies de pastagens.

Como dito anteriormente, no entanto, para cada região é necessária uma análise de solo e planejamento com embasamento técnico.

Tomando essas medidas, o produtor certamente terá mais rendimento do seu solo, tendo inclusive mais retorno do seu investimento em sementes e outros insumos